Pular para o conteúdo

POR QUE O MEU LIVRO ESCRITO POR IA É UMA PORCARIA (E O QUE ISSO DIZ SOBRE MIM?)

Embora a IA seja uma ferramenta poderosa que pode auxiliar escritores em várias etapas do processo criativo – desde a geração de ideias até a revisão de texto –, ela ainda não substitui a profundidade, a intenção e a autenticidade que um autor humano traz para um livro. O futuro pode reservar avanços que tornem a IA ainda mais capaz, mas, por enquanto, a criação de um livro verdadeiramente memorável e impactante continua sendo uma tarefa que exige o toque único de um ser humano.

Um livro não é apenas um conjunto de palavras organizadas de forma lógica. Ele é uma manifestação da experiência humana, um reflexo das emoções, das contradições e da percepção subjetiva de quem o escreve. A inteligência artificial, por mais avançada que seja, não vive, não sente, não sofre, não erra por escolha e, principalmente, não aprende com arrependimentos. Ela não experimenta amor, frustração ou aquele sentimento agridoce de nostalgia ao revirar uma caixa de cartas antigas. Como, então, esperar que um livro escrito por IA consiga capturar a complexidade da existência humana?

Imagine um romance sobre um casal apaixonado que enfrenta a perda de um filho. O peso do luto, as palavras não ditas, os olhares carregados de ressentimento e culpa, os dias vazios onde qualquer risada parece um crime—essas são experiências que um ser humano sente no âmago. Um autor humano que já viveu a dor de uma perda pode traduzir esse sentimento em frases que atravessam a pele e cortam fundo. Mas a IA? Ela pode pesquisar milhões de romances tristes e cuspir uma versão diluída e artificial de sofrimento. Algo como: “Ela estava triste. Seu coração doía. O silêncio era pesado.” É tecnicamente correto, mas não chega perto da profundidade da dor real. Um bom escritor humano escreveria algo que rasga a alma do leitor: “Na primeira manhã sem ele, o som do café pingando na cafeteira pareceu ensurdecedor. A ausência dele ocupava todos os espaços, até mesmo dentro dos pulmões dela, tornando cada respiração um esforço consciente.”

A IA, ao contrário, não sabe o que é acordar no meio da noite e, por um segundo, esquecer que aquela pessoa se foi. Não sabe o que é abrir um armário e sentir o cheiro de quem partiu, nem o impulso de fechar a porta rapidamente, como se pudesse adiar o inevitável. O que ela faz é encontrar padrões de linguagem e combiná-los de maneira estatisticamente plausível. O resultado? Frases que parecem certas, mas não têm peso real. É a diferença entre alguém que canta uma música porque conhece a letra e alguém que a canta porque já sentiu cada palavra. Um livro precisa ter esse segundo tipo de verdade.

E não estamos falando apenas de tragédias. O mesmo vale para alegria, excitação e até mesmo aquele tipo específico de felicidade que vem misturada com medo—como quando alguém se apaixona pela primeira vez e sente o peito explodir ao ver uma mensagem piscando no telefone. Como é que uma IA vai descrever a sensação de esperar uma ligação, checando o celular a cada dois minutos, sentindo uma mistura de esperança e desespero? Ou aquele momento em que alguém lê um livro tão bom que esquece de comer, beber e até mesmo de responder mensagens? A IA pode processar dados, mas não pode processar sensações, e é aí que ela falha como autora.

Outro problema evidente: personagens mal desenvolvidos. Quando um escritor cria um personagem, ele o habita. Passa dias, meses, às vezes anos convivendo com essa figura imaginária até que ela se torne quase uma entidade viva. Uma escritora como Jane Austen podia olhar para Elizabeth Bennet e entender exatamente como ela reagiria a uma situação porque, de certa forma, Elizabeth era uma extensão de sua própria mente. A IA, por outro lado, não constrói personagens; ela os monta. Como um Frankenstein narrativo, a IA pega pedaços de descrições e os une, mas sem aquela coesão orgânica que faz um personagem ser real.

Se pedirmos a uma IA para criar um protagonista, ela provavelmente vai gerar um perfil genérico e vagamente interessante, como: “Lucas era um homem alto, de olhar intenso e um passado misterioso. Ele gostava de livros antigos e sempre carregava um caderno onde anotava seus pensamentos.” Parece promissor? Talvez. Mas agora pergunte o que ele pensa sobre amor, sobre perda, sobre destino. Pergunte quais foram suas experiências mais traumáticas. Ele não tem respostas genuínas, apenas dados recompilados de outros personagens similares. Ele não tem passado, não tem alma.

É por isso que personagens escritos por IA frequentemente parecem saídos de uma fábrica de clichês. O mocinho introspectivo que sempre sabe o que dizer no momento certo. A mulher forte e independente que se apaixona justamente pelo cara que a irrita. O vilão que dá discursos exageradamente articulados sobre suas motivações como se estivesse se candidatando a um cargo político. Há uma falta de humanidade que torna tudo raso, previsível e irritante. A IA não entende que um personagem real pode hesitar antes de falar algo importante, pode cometer erros monumentais e não perceber até ser tarde demais.

Outro grande problema: a falta de subjetividade. Escritores humanos não apenas descrevem o mundo; eles o interpretam. A forma como uma história é contada reflete não apenas os eventos que acontecem nela, mas também a visão de mundo de quem a narra. Gabriel García Márquez, ao escrever Cem Anos de Solidão, não apenas relatou eventos absurdos e surreais que aconteceram na fictícia Macondo—ele os transformou em poesia, em metáforas sobre o tempo, a memória e a solidão cíclica das gerações. A IA, por outro lado, não tem uma visão de mundo. Ela pode repetir um estilo, mas não pode imprimir alma no que escreve.

Um bom exemplo disso é o humor. O que faz uma piada funcionar não é apenas a estrutura da frase, mas o timing, o subtexto e a forma como ela ressoa com a experiência humana. A IA pode gerar piadas baseadas em fórmulas, mas ela não entende por que algo é engraçado. Ela pode escrever: “Por que o frango atravessou a rua? Para chegar ao outro lado.” Mas ela não pode criar um trecho genuinamente espirituoso que brinque com ironia, absurdo ou contexto.

Imagine que você está lendo um romance de IA e chega a uma cena onde dois personagens trocam farpas de forma afiada e inteligente. Você sente que há algo estranho. A conversa parece artificial, como se alguém tivesse pego frases de diversos diálogos de filmes e costurado tudo sem fluidez. Isso acontece porque a IA não entende subtexto. Ela pode colocar aspas no que uma pessoa diz, mas não entende o que não foi dito. Não percebe o que está nas entrelinhas, o jogo de poder, a tensão implícita que torna um diálogo memorável.

E, no fim das contas, um livro não é apenas uma sequência de palavras bem organizadas. Ele é um espelho da experiência humana, e um espelho não pode refletir o que não compreende. A IA pode produzir histórias que parecem bem estruturadas na superfície, mas, no fundo, falta algo essencial. É como uma maquete de uma casa: tem o formato correto, as janelas no lugar certo, mas não há vida dentro. Um livro sem a marca do humano pode até parecer um livro, mas nunca será uma história que realmente importa.

Vamos a um pouco de teoria:

O PROBLEMA DA "LITERATURA DE LABORATÓRIO"

Escrever um livro que realmente impacte os leitores não é apenas uma questão de juntar palavras bem-organizadas. Não basta ter frases coerentes, personagens que não trocam de nome no meio do parágrafo e um final que fecha a história sem explodir a cabeça do leitor. Um livro precisa de alma. Ele precisa de experiência humana autêntica, algo que nenhuma IA, por mais sofisticada que seja, pode replicar.

Imagine que você está lendo um romance sobre um protagonista que acabou de perder o emprego dos sonhos e, para piorar, seu cachorro morreu no mesmo dia. Um ser humano, ao escrever essa cena, provavelmente traria emoções intensas, pequenos detalhes que fazem a dor ser real: a coleira ainda pendurada no gancho da porta, os sapatos debaixo da cama cheios de pelos, a forma como o silêncio da casa se torna ensurdecedor. A IA? Bem, ela pode até tentar, mas o resultado tende a ser algo como:

João perdeu o emprego. Seu cachorro morreu. Ele estava triste.

Uau, que emoção! Realmente um soco no estômago da literatura.

A IA NÃO TEM MEMÓRIAS PARA NAVEGAR

A verdade é que a escrita humana se baseia em memórias e emoções reais. Nós escrevemos sobre dor porque já sofremos. Criamos romances porque já nos apaixonamos, levamos foras, sentimos aquele frio na barriga ao ver "digitando..." no WhatsApp. E descrevemos alegria porque já rimos até a barriga doer. O problema da IA é que ela não tem essas experiências para acessar.

Tente perguntar a uma IA o que significa se sentir deslocado numa festa onde você não conhece ninguém. Ela pode descrever a cena, mas não saberá capturar aquela sensação incômoda de segurar um copo de bebida apenas para ter o que fazer com as mãos, fingindo que está mandando uma mensagem importante para não parecer um idiota parado no canto do salão.

Escritores pegam sua bagagem emocional e a despejam nas páginas. Já um texto gerado por IA é um mosaico de frases recicladas, onde o algoritmo tenta adivinhar qual palavra faz sentido a seguir com base em estatísticas.

LITERATURA DE SUPERMERCADO VS. LITERATURA DE ALMA

Vamos fazer uma comparação simples:

  • Um livro escrito por um humano é como um bolo caseiro feito com carinho, lembranças de infância e aquele toque especial da receita da avó.
  • Um livro gerado por IA é como um bolo de supermercado. Ele parece um bolo, tem gosto de bolo, mas falta algo. O amor. Aquele "sabor extra" que você não consegue definir, mas que faz toda a diferença.

Leitores sentem quando um texto tem coração e quando é apenas um amontoado de frases mecanicamente construídas. A IA pode simular sentimento, mas não pode vivê-lo.

ROMANCES FEITOS POR ALGORITMOS? ADEUS, QUÍMICA ENTRE PERSONAGENS!

Um dos problemas mais gritantes da escrita feita por IA está nos romances. Histórias de amor precisam de nuances: os olhares roubados, o toque acidental que deixa o coração acelerado, as palavras não ditas que ficam suspensas no ar. A IA não entende de química entre personagens porque, bem, ela nunca sentiu um frio na barriga ao encontrar alguém especial.

Um exemplo? Peça para uma IA gerar um diálogo romântico e você provavelmente terá algo assim:

"Eu gosto de você."

"Eu também gosto de você."

"Que bom. Então estamos juntos?"

"Sim."

Que emoção! Parece um contrato de prestação de serviço, não um romance.

Compare com um diálogo escrito por um ser humano:

"Eu sei que isso é complicado... Mas eu não consigo parar de pensar em você."

"E o que você quer que eu faça com isso?"

"Nada. Ou tudo. Eu só precisava dizer."

Sente a diferença? Um tem emoção, peso, hesitação. O outro parece saído de um manual de instrução.

A NARRATIVA É MAIS DO QUE UM RELATÓRIO DE EVENTOS

Outro grande problema da escrita feita por IA é que ela tende a criar um "relatório" dos eventos em vez de construir uma narrativa envolvente. Em vez de nos fazer sentir como se estivéssemos dentro da cabeça do protagonista, ela simplesmente enumera o que aconteceu.

Exemplo:

Texto gerado por IA: Joana saiu do trabalho. Ela pegou o metrô. Chegou em casa. Ela comeu uma maçã. Ela estava cansada.

Texto escrito por um humano: Joana se arrastou para fora do escritório, sentindo cada músculo reclamar. O metrô estava lotado, mas ela não tinha energia para se incomodar com os cotovelos alheios cutucando suas costelas. Em casa, largou os sapatos na entrada e pegou uma maçã, mordendo-a sem entusiasmo. O gosto era bom, mas não era suficiente para apagar o peso do dia.

Um deles é uma lista de afazeres. O outro faz você sentir o cansaço da personagem. Isso é a diferença entre apenas contar uma história e fazer com que o leitor a viva.

A criatividade é um dos maiores mistérios da mente humana. Ela não segue regras lógicas, não responde a padrões previsíveis e, acima de tudo, não pode ser completamente explicada. Um bom escritor não apenas escreve, ele descobre enquanto escreve. O processo criativo humano envolve experimentação, epifanias e, às vezes, momentos de pura loucura inspirada. É quando um autor decide mudar o destino de um personagem no meio da história porque sentiu que fazia mais sentido, ou quando um detalhe aparentemente insignificante no início do livro ganha um novo significado no final. A IA, por outro lado, não tem lampejos de genialidade; ela apenas reorganiza o que já existe.

Pegue qualquer grande reviravolta da literatura e tente imaginar uma IA criando isso. Pense no final de O Grande Gatsby, onde toda a ostentação e tragédia de Jay Gatsby são reduzidas a um funeral solitário, com um único amigo leal ao lado do caixão. Fitzgerald não apenas criou uma história—ele deu a ela um significado maior, uma crítica mordaz ao sonho americano e à ilusão da riqueza. Uma IA poderia imitar o estilo de Fitzgerald, mas não teria a capacidade de criar esse nível de crítica social porque simplesmente não tem uma perspectiva sobre o mundo.

O mesmo vale para inovações narrativas. James Joyce em Ulisses levou a literatura a um novo patamar com seu fluxo de consciência fragmentado, rompendo com as convenções da narrativa linear. Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, criou um narrador morto, zombando do próprio leitor e brincando com a estrutura do romance. A IA não criaria Ulisses nem Memórias Póstumas porque essas obras nasceram de um desejo de subverter regras e desafiar expectativas—e a IA só sabe seguir regras. Peça para uma IA criar algo revolucionário e ela entregará algo que parece uma colagem de coisas que já foram revolucionárias, mas que, quando recombinadas, perdem justamente o que as tornava únicas.

Outro grande problema é que a IA não entende ironia, sarcasmo ou duplo sentido. Imagine pedir a uma IA para reescrever 1984 de George Orwell, mas com um final esperançoso. Ela pode até mudar as palavras e alterar os eventos, mas jamais entenderia a essência do livro. Orwell criou um mundo sufocante onde a linguagem é usada como uma arma política, e cada detalhe da narrativa está lá para reforçar essa ideia. A IA pode replicar o tom, pode criar um enredo similar, mas não pode compreender o impacto devastador de um final onde Winston ama o Grande Irmão. Ela pode até gerar frases como "E então, Winston percebeu que a liberdade era uma ilusão e abraçou sua nova realidade"—mas ela não sabe por que isso é aterrorizante. O peso da distopia de Orwell não está apenas no que é dito, mas no que é sentido ao lê-lo, e esse impacto não pode ser programado.

A criatividade não é apenas sobre juntar palavras de forma inteligente. É sobre o que não pode ser previsto, sobre os impulsos inexplicáveis que levam um escritor a mudar completamente a trajetória de sua história no meio do caminho porque "simplesmente faz sentido". Quando Victor Hugo escreveu Os Miseráveis, ele não planejou que Jean Valjean se tornaria um dos personagens mais icônicos da literatura por seu arco de redenção. Foi algo que emergiu organicamente à medida que a história tomava forma. Autores humanos se permitem ser surpreendidos pelos próprios personagens e enredos, enquanto a IA nunca se surpreende com nada—porque tudo que ela faz é previsível.

Outro aspecto crucial da criatividade humana é a capacidade de subverter expectativas. Pense em Game of Thrones, onde personagens centrais morrem sem aviso, desafiando as regras narrativas convencionais. Imagine pedir a uma IA para criar uma história similar. O máximo que ela conseguiria seria replicar o padrão de "personagem morre inesperadamente", mas sem entender a arte de construir expectativa, de preparar o leitor emocionalmente para uma grande reviravolta. Ela pode gerar uma cena onde um herói morre abruptamente, mas sem o impacto emocional de algo como a morte de Ned Stark—porque a IA não sabe o que significa apostar todas as fichas em alguém e perder.

Isso nos leva a outro problema fundamental: um livro precisa de intenção. Quando um escritor humano começa uma obra, ele tem uma visão—mesmo que essa visão mude ao longo do processo. Ele sabe o que quer explorar, o que quer transmitir, mesmo que esse "querer" não esteja completamente definido no início. A IA, por outro lado, não quer nada. Ela não tem propósito próprio, apenas responde a comandos. Isso significa que qualquer livro gerado por IA será, no melhor dos casos, um conjunto de palavras bem organizadas, mas sem vida.

O propósito de um livro pode ser contar uma grande história, desafiar o leitor, transmitir uma mensagem ou simplesmente registrar um pensamento fugaz que o autor teve. Mas um livro precisa de um por quê. Sem isso, vira apenas um amontoado de frases empilhadas de forma correta, mas vazias de significado.

Imagine que você lê um romance supostamente emocionante escrito por IA. A protagonista descobre que sua melhor amiga a traiu, e a cena descreve seu choque e tristeza. Mas algo parece faltar. O texto diz que ela ficou devastada, que seu coração doeu, que lágrimas escorreram pelo seu rosto. Mas onde está o peso real disso? O que a traição significou para essa personagem? Como isso mudou sua visão de mundo? A IA pode descrever o que aconteceu, mas não pode infundir a cena com a dor genuína de quem já foi traído, com a raiva, o desapontamento, o turbilhão de sentimentos conflitantes que fazem o leitor se identificar.

Outro exemplo clássico é a literatura epistolar, como Drácula de Bram Stoker ou As Vantagens de Ser Invisível de Stephen Chbosky. Esses livros são escritos como cartas ou diários, transmitindo a sensação de que o leitor está espiando os pensamentos mais íntimos dos personagens. A IA pode imitar esse formato, mas não pode entender o peso emocional de uma carta escrita às três da manhã por alguém à beira de um colapso nervoso. Não pode sentir a angústia de quem escreve sem saber se a outra pessoa lerá suas palavras, nem o desespero contido em frases rabiscadas e corrigidas mil vezes antes de serem enviadas.

Pense em qualquer grande livro da história. Agora tente imaginar uma versão dele escrita por IA. 1984, sem a paranoia sufocante. Orgulho e Preconceito, sem o brilho sutil da ironia de Jane Austen. Cem Anos de Solidão, sem a sensação de que tempo e destino estão interligados de forma inexorável. O que sobra? Apenas uma sombra pálida do que um dia foi uma grande obra literária.

A IA pode organizar palavras, pode até criar frases bonitas, mas nunca poderá dar a um livro aquilo que realmente o torna memorável: a alma de quem o escreveu.

A VERGONHA QUE VOCÊ NÃO QUER PASSAR: COMO A IA SABOTA O SEU LIVRO SEM VOCÊ PERCEBER

Se já entrou no canto da sereia do marketing da IA para escritores, talvez tenha ouvido frases como: “Escreva um best-seller em um dia!”, “Ganhe dinheiro fácil com livros gerados por IA”, ou “Você pode ser o próximo grande autor sem nunca ter escrito uma linha”. Soa maravilhoso, não? Só que tem um problema gigantesco: isso é mentira. E não é só mentira—é uma receita pronta para expor qualquer autor incauto ao ridículo.

A internet está lotada de “especialistas” vendendo cursos e promessas vazias, prometendo transformar qualquer um em um escritor de sucesso com poucos cliques. Eles mostram prints de livros gerados por IA no Kindle Direct Publishing, falam de “royalties passivos”, sugerem que basta alimentar um prompt e voilà: você terá um romance pronto para ser devorado pelos leitores.

Só que a realidade é outra.

Os livros gerados por IA que estão inundando o mercado não são best-sellers. Eles não são sucesso de vendas e, pior ainda, estão fazendo com que autores inexperientes queimem sua reputação antes mesmo de começar. Plataformas como a Amazon já começaram a banir essas obras, e leitores atentos conseguem identificar um texto genérico a quilômetros de distância. E o pior? Quem tenta entrar nessa onda rapidamente percebe que não há nenhuma mágica envolvida.

Porque uma coisa é editar um livro com a ajuda da IA, refinando um texto que você mesmo escreveu. Outra coisa completamente diferente é tentar criar do zero uma obra que deveria carregar sua alma, sua visão de mundo, e jogar esse trabalho na mão de um robô sem qualquer capacidade de pensamento ou emoção.

O TEXTO QUE NÃO PASSA NO TESTE MAIS BÁSICO

Peguemos um exemplo real. Imagine que você pede a uma IA para escrever um romance de mistério. Ela obedece. O livro sai formatado direitinho: um detetive, um assassinato, algumas pistas falsas, um vilão inesperado no final. Parece promissor, certo? Até que você percebe que algo está terrivelmente errado: não há um só traço de personalidade no texto.

As descrições são genéricas. As falas dos personagens soam mecânicas. O suspense, em vez de te prender, te entedia.

Agora imagine o leitor abrindo esse livro. Ele começa a ler e, depois de três páginas, sente um incômodo estranho. Algo parece “errado”, mas ele não consegue dizer exatamente o quê. Ele continua, insistindo, até que percebe que está apenas deslizando os olhos pelo texto, sem emoção alguma. Ele abandona o livro. E, pior, ele se sente enganado por ter gastado dinheiro nisso.

O que acontece? O leitor frustrado pode deixar uma resenha brutal. Algo como:

"Esse livro parece ter sido escrito por um robô. A história não tem alma, os personagens não têm profundidade, e eu não senti absolutamente nada lendo. Pior leitura do ano."

E, se você não acredita, basta olhar as críticas que já estão surgindo em livros de IA na Amazon. Há reclamações de histórias sem coesão, textos que parecem montagens de parágrafos aleatórios, diálogos sem emoção e, claro, o golpe final: "Não compraria nada desse autor novamente."

Porque a verdade é simples: ninguém quer ler um livro que não tenha alma.

A FARSA DO “BEST-SELLER AUTOMÁTICO”

Outra mentira recorrente na internet é a ideia de que basta gerar um livro por IA, publicá-lo e pronto—ele começará a vender sozinho e gerar renda passiva. Essa ilusão alimenta um mercado enorme de vendedores de cursos prometendo atalhos para o sucesso.

O que eles não te contam:

  1. A concorrência é absurda – Todos que caíram nesse golpe estão fazendo a mesma coisa, entupindo a Amazon e outras plataformas com milhares de livros sem alma. Isso significa que seu livro estará competindo com milhares de outros textos genéricos, idênticos em estrutura, sem identidade, sem frescor e sem qualquer chance de se destacar. Pense bem: se até um livro escrito com paixão e esforço por um autor humano tem dificuldades de se destacar, o que acontece com um texto frio, previsível e, na melhor das hipóteses, apenas “aceitável”?
  2. Leitores não são idiotas – A ideia de que dá para enganar o público com uma IA escrevendo por você ignora um fato fundamental: leitores percebem quando um livro não tem alma. Eles podem não saber explicar tecnicamente, mas sentem. Sentem quando uma cena deveria ser emocionante e não é. Sentem quando um diálogo deveria parecer real, mas soa artificial. Sentem quando um personagem deveria ser cativante, mas parece apenas um conjunto de palavras jogadas numa página.
  3. O algoritmo está contra você – A Amazon, principal plataforma onde essa gente tenta vender seus “best-sellers gerados por IA”, já começou a restringir publicações do gênero. Em setembro de 2023, a empresa reduziu para três o número de livros diários que um autor pode publicar, tentando conter o tsunami de obras geradas por IA. Se você acha que seu livro de IA será promovido no algoritmo, pense de novo. Com milhares de opções melhores disponíveis, ele será soterrado e ignorado.
  4. Os golpistas não se importam com você – Os especialista - se assim os pudermos chamar - que vendem cursos sobre “como escrever um livro com IA e ganhar dinheiro” não escrevem livros com IA. Eles ganham dinheiro vendendo promessas para você. Você, por outro lado, fica com um arquivo sem alma, um livro que ninguém quer ler e, no final das contas, como dizem os gaúchos,  uma baita vergonha ao perceber que caiu num golpe.

ESCREVER NÃO É APENAS JUNTAR PALAVRA

ESCREVER NÃO É APENAS JUNTAR PALAVRAS

É aqui que mora o erro fatal de quem acredita nessa falácia: escrever um livro não é simplesmente despejar palavras em uma página até formar um volume publicável. Se fosse assim, qualquer lista de compras seria literatura.

Escrever é sobre criar significado. É sobre pegar uma ideia, mastigá-la, digeri-la, transformá-la em algo que só você poderia escrever daquela maneira. Isso exige tempo, esforço e, acima de tudo, humanidade.

Mas sabe o que a IA faz? Ela apenas repete padrões. Ela não sente, não pensa, não tem experiências de vida. Ela apenas recicla o que já existe, sem acrescentar nada novo.

E se você acha que um livro feito assim pode ser um verdadeiro best-seller, então preciso te lembrar: nenhum grande autor da história da humanidade escreveu uma obra-prima sem esforço, sem dor, sem uma parte da sua própria alma no processo.

Não há atalhos para a escrita de verdade. Nunca houve e nunca haverá.

OU ESCREVE O SEU LIVRO, OU VENDE A SUA ALMA PARA UM ARQUIVO EM PDF

Então agora você precisa decidir:

Você quer um livro que realmente diga algo, que tenha significado, que faça as pessoas sentirem alguma coisa ao ler? Ou quer apenas um monte de palavras jogadas num arquivo, sem alma, sem impacto, sem propósito? Se for a primeira opção, então vá e escreva. Escreva mal. Depois escreva melhor. Depois reescreva. Trabalhe sua voz, sua história, sua autenticidade. Se for a segunda, vá em frente e deixe a IA escrever por você. Mas não reclame quando ninguém comprar, quando seus leitores te chamarem de amador e quando seu nome for associado a um fracasso. No final das contas, um livro é apenas um reflexo do escritor que o criou. E um livro gerado por IA diz apenas uma coisa sobre o “autor”: que ele não teve coragem de escrever por conta própria.

O GOLPE DA "AJUDA NA ESCRITA" 

Você já deve ter ouvido por aí que a IA pode “ajudar” no processo de escrita. E, de fato, pode. Mas há uma diferença brutal entre ser ajudado a escrever e deixar a IA escrever por você. O problema é que muita gente está confundindo as duas coisas e caindo na cilada de acreditar que pode delegar completamente a criação de uma história para um robô e ainda assim sair com algo que preste.

Vamos deixar algo bem claro: fazer esboço, expandir ideias, ajudar a estruturar personagens e dar alinhamento para uma história é uma coisa; tentar terceirizar o processo criativo para uma IA achando que vai sair um texto decente é outra completamente diferente.

Agora, se você está se perguntando: "Mas qual é a diferença, afinal?", vamos por partes.

O QUE É FAZER ESBOÇO E COMO A IA PODE AJUDAR

Esboçar uma história significa jogar ideias no papel sem se preocupar com detalhes. É como fazer um mapa antes de começar uma viagem. Você pode estruturar os principais acontecimentos, rascunhar o arco dos personagens, definir conflitos e ambientações.

A IA pode te ajudar nisso? Sim.

Se você estiver sem ideias para um ponto da sua trama, pode pedir sugestões e, às vezes, um insight interessante aparece. Se estiver em dúvida sobre como amarrar dois eventos na história, pode usar a IA para explorar possibilidades. Mas quem precisa decidir o que funciona e o que não funciona é você.

O perigo é quando alguém passa do "me ajuda a pensar em caminhos para essa história" para o "me escreve essa história inteira".

E é aí que tudo começa a desmoronar.

O QUE É EXPANDIR UMA IDEIA E ONDE A IA ERRA FEIO

Digamos que você já tem um esboço básico de sua história. Agora vem a parte da expansão: desenvolver personagens, aprofundar cenários, explorar emoções.

Aqui, a IA já começa a mostrar suas limitações.

Ela pode escrever um parágrafo descrevendo um ambiente ou até sugerir variações para um diálogo, mas o que ela não faz – e nunca fará – é criar algo genuinamente novo e pessoal. O que a IA produz sempre será uma colagem de padrões de texto que ela aprendeu, um remendo de palavras que pode parecer bem escrito, mas não carrega profundidade emocional.

Isso porque expandir uma ideia não é apenas adicionar mais palavras – é dar mais significado ao que está sendo contado.

E quem não tem vivências próprias, não sente, não reflete, não pode criar significado. A IA pode enfileirar palavras que parecem fazer sentido, mas falta sempre aquele algo a mais, aquela voz autêntica que distingue um escritor qualquer de um grande contador de histórias.

O QUE É AJUDAR A PENSAR UM PERSONAGEM – E O QUE A IA NÃO CONSEGUE FAZER

Criar personagens não é simplesmente definir um nome, um visual e um traço de personalidade. Um bom personagem tem contradições, tem camadas, tem nuances que fazem com que ele pareça real.

A IA pode te dar uma ficha de personagem com altura, cor dos olhos, profissão e até um defeito ou dois. Mas pergunte a ela como esse personagem se sente ao perder um ente querido. Peça que ela construa uma linha de raciocínio genuína para alguém que está passando por uma crise de identidade.

O que você recebe?

Um texto que parece ser uma resposta, mas que soa genérico, impessoal, sem profundidade. Porque a IA não tem uma experiência de vida para processar emoções. Ela pode juntar frases que fazem sentido gramaticalmente, mas não consegue criar um personagem que respire, que sangre, que tome decisões inesperadas porque está emocionalmente abalado.

E pior ainda: se você depender dela para construir seus personagens, seus leitores vão perceber. E quando um leitor percebe que um personagem é vazio, ele simplesmente para de se importar.

Sem personagens convincentes, não há história.

E sem história, você tem o quê? Um amontoado de palavras.

O QUE É AJUDAR A ALINHAR UMA HISTÓRIA – E POR QUE A IA SE PERDE NISSO

Alinhar uma história significa garantir que ela tenha consistência interna. Que os eventos façam sentido dentro da lógica estabelecida, que os personagens evoluam de maneira natural, que o ritmo da narrativa funcione.

A IA pode te ajudar a revisar se existem furos no enredo? Talvez.

Mas pode garantir que a evolução do seu protagonista faça sentido do começo ao fim? Não.

E a razão é simples: coerência narrativa não é apenas uma questão de lógica, mas de emoção.

Por exemplo:

Se um personagem sofre uma grande perda, ele precisa mudar. O impacto dessa perda deve afetar suas decisões futuras, suas emoções, sua visão de mundo.

Agora tente pedir a uma IA para mostrar essa evolução de maneira natural.

O que acontece?

Ela pode até gerar um texto dizendo que “o personagem ficou triste”, que “ele se sentiu abalado”, que “ele refletiu sobre a vida”, mas tudo de maneira superficial e previsível. Porque não há emoção real por trás do que está sendo escrito.

Quando um escritor humano escreve sobre luto, ele se baseia na dor real de perder alguém. Ele canaliza suas experiências, suas observações sobre a vida, e transforma isso em algo autêntico.

A IA, por outro lado, não faz ideia do que significa perder alguém.

E isso transparece no texto.

O PROBLEMA DE DEIXAR A IA ESCREVER POR VOCÊ

Agora chegamos ao erro fatal: quando alguém decide que não vai apenas usar a IA como ferramenta, mas como autora.

Quando você coloca a IA no comando da escrita, você abdica daquilo que faz um livro ser seu: sua visão de mundo, sua sensibilidade, sua forma única de contar histórias.

Você quer saber o que acontece quando um livro é completamente gerado por IA?

  1. Ele não tem identidade – Porque foi escrito por um algoritmo, não por alguém com algo a dizer.
  2. Ele não se conecta com os leitores – Porque os leitores sentem quando um texto carece de emoção verdadeira.
  3. Ele faz você parecer um amador – Porque histórias de IA são repetitivas, previsíveis e cheias de frases genéricas.
  4. Ele não resiste ao tempo – Porque um livro sem alma não sobrevive. Pode até vender algumas cópias no início, mas ninguém lembra, ninguém recomenda, ninguém relê.

O que diferencia um grande escritor de um autor descartável não é a gramática impecável, nem a estrutura perfeita. É a capacidade de fazer o leitor sentir algo.

E um livro gerado por IA não faz ninguém sentir nada.

PRECISA REFLETIR ANTES DE CAIR NESSA ARMADILHA

Se você está pensando em deixar a IA escrever por você, pare e pergunte a si mesmo:

O que me fez querer ser escritor em primeiro lugar?

Se foi a vontade de contar histórias que só você pode contar, então não jogue isso no lixo tentando encontrar um atalho fácil. A escrita, de verdade, exige esforço. Exige tempo. Exige alma. Se tudo o que você quer é um arquivo cheio de palavras que pareçam um livro, vá em frente e use a IA para escrevê-lo. Mas se o que você quer é um livro que faça alguém rir, chorar, pensar, sentir saudade quando termina—então escreva você mesmo. O mundo já está cheio de textos vazios. Não deixe o seu ser mais um.

A IA, porém, pode ser uma aliada poderosa na produção de um livro profissional, oferecendo suporte em várias etapas do processo criativo e técnico. Embora a IA não substitua o autor humano, ela pode otimizar o trabalho, economizar tempo e melhorar a qualidade final da obra. Aqui estão algumas áreas onde a IA pode ajudar significativamente:

1. Geração de Ideias e Brainstorming

  • Como a IA ajuda: A IA pode sugerir temas, enredos, personagens ou cenários com base em suas preferências ou tendências do mercado literário.
  • Exemplo: Se você está escrevendo um romance de ficção científica, a IA pode gerar ideias para mundos futuristas, tecnologias inovadoras ou conflitos sociais que podem ser explorados no enredo.

2. Desenvolvimento de Personagens

  • Como a IA ajuda: A IA pode criar perfis detalhados de personagens, incluindo traços de personalidade, motivações, histórias de vida e até mesmo diálogos característicos.
  • Exemplo: Você pode pedir à IA para desenvolver um protagonista complexo, como "uma cientista brilhante com traumas de infância que influenciam suas decisões", e ela fornecerá sugestões coerentes.

3. Estruturação do Roteiro ou Enredo

  • Como a IA ajuda: A IA pode ajudar a organizar a estrutura narrativa, sugerindo arcos de história, pontos de virada e clímax. Ela também pode identificar lacunas lógicas ou inconsistências no roteiro.
  • Exemplo: Se você está escrevendo um thriller, a IA pode sugerir um cronograma de eventos que mantenha o suspense crescente até o final.

4. Escrita de Rascunhos

  • Como a IA ajuda: A IA pode gerar rascunhos iniciais de capítulos, parágrafos ou trechos específicos, especialmente em partes mais descritivas ou técnicas.
  • Exemplo: Se você precisa descrever uma cena em um ambiente exótico (como uma floresta amazônica), a IA pode criar uma descrição vívida que você pode ajustar conforme necessário.

5. Pesquisa e Informações Contextuais

  • Como a IA ajuda: A IA pode realizar pesquisas rápidas sobre temas específicos, como história, ciência, cultura ou geografia, garantindo que seu livro seja preciso e bem fundamentado.
  • Exemplo: Se seu livro envolve um evento histórico, a IA pode fornecer detalhes relevantes e fontes confiáveis para embasar sua narrativa.

6. Revisão de Texto e Melhoria de Linguagem

  • Como a IA ajuda: Ferramentas de IA podem revisar o texto para corrigir erros gramaticais, melhorar a fluidez, ajustar o tom e sugerir alternativas para frases repetitivas ou pouco claras.
  • Exemplo: Plataformas como Grammarly ou ferramentas avançadas de IA podem transformar um texto inicial em algo mais polido e profissional.

7. Tradução e Localização

  • Como a IA ajuda: Se você planeja publicar seu livro em outros idiomas, a IA pode auxiliar na tradução e adaptação cultural do texto para diferentes mercados.
  • Exemplo: Ferramentas como DeepL ou Google Translate (com ajustes humanos) podem traduzir seu livro para o inglês, espanhol ou outras línguas, preservando o contexto e o estilo.

8. Criação de Capítulos ou Trechos Específicos

  • Como a IA ajuda: Se você está enfrentando bloqueio criativo ou falta de inspiração para determinados capítulos, a IA pode sugerir trechos ou diálogos que possam servir como ponto de partida.
  • Exemplo: Você pode pedir à IA para criar um diálogo emocional entre dois personagens ou uma cena de ação intensa para desbloquear sua escrita.

9. Análise de Mercado e Feedback Inicial

  • Como a IA ajuda: A IA pode analisar tendências do mercado editorial, sugerindo temas populares, estilos narrativos ou formatos que têm maior chance de sucesso comercial.
  • Exemplo: Se você está incerto sobre o gênero ou público-alvo do seu livro, a IA pode fornecer insights sobre o que está em alta no momento.

10. Design de Capa e Formatação

  • Como a IA ajuda: Ferramentas de IA podem criar designs de capa atraentes ou formatar o livro para publicação impressa ou digital, seguindo padrões profissionais.
  • Exemplo: Plataformas como Canva ou Adobe Firefly (baseadas em IA) podem gerar capas personalizadas com base nas suas diretrizes.

11. Marketing e Promoção do Livro

  • Como a IA ajuda: A IA pode ajudar a criar estratégias de marketing, redigir textos promocionais, sugerir hashtags para redes sociais e até gerar anúncios personalizados para plataformas como Instagram, Facebook ou Amazon.
  • Exemplo: A IA pode criar uma sinopse cativante para a contracapa do livro ou um texto persuasivo para campanhas de pré-venda.

12. Automação de Tarefas Repetitivas

  • Como a IA ajuda: A IA pode automatizar tarefas tediosas, como organização de notas, criação de índices, formatação de citações e referências bibliográficas.
  • Exemplo: Se você está escrevendo um livro acadêmico ou técnico, a IA pode gerar automaticamente um índice remissivo ou formatar citações no estilo APA, MLA ou Chicago.

13. Testes de Leitura e Feedback

  • Como a IA ajuda: Alguns modelos de IA podem simular leitores e fornecer feedback sobre o ritmo, clareza e engajamento do texto.
  • Exemplo: A IA pode avaliar se um capítulo específico é muito longo ou se há momentos em que o leitor pode perder o interesse.

14. Adaptação para Diferentes Formatos

  • Como a IA ajuda: A IA pode ajudar a adaptar seu livro para diferentes formatos, como audiolivros, eBooks interativos ou até mesmo roteiros para filmes ou séries.
  • Exemplo: Ferramentas de IA podem converter o texto em narração para audiolivros ou sugerir alterações para tornar a história mais visualmente adaptável.

15. Monitoramento de Progresso

  • Como a IA ajuda: A IA pode acompanhar seu progresso de escrita, definir metas diárias ou semanais e até mesmo motivá-lo com lembretes e sugestões personalizadas.
  • Exemplo: Aplicativos como Scrivener combinados com assistentes de IA podem ajudar a manter você focado e produtivo durante todo o processo.

Limitações Importantes

Embora a IA seja uma ferramenta poderosa, é essencial lembrar que ela funciona como uma assistente, não como um substituto completo. O autor humano ainda é responsável por:

  • Garantir a autenticidade e originalidade do conteúdo.
  • Moldar a visão criativa e o propósito do livro.
  • Revisar e editar o material gerado pela IA para alinhar-se ao seu estilo e intenção.

O FUTURO DA CRIAÇÃO LITERÁRIA: POR QUE CRIEI A MCSILL A.I. (A MINHA MENTE VIRTUAL )

A McSill A.I. não é só mais uma ferramenta de inteligência artificial—é um assistente criado para pensar como um autor, para trabalhar como um escritor e para evoluir como um contador de histórias. E essa é a grande diferença. 

Quando criei a McSill A.I., não foi para competir com modelos como ChatGPT, Qwen ou DeepSeek, mas sim para dar aos autores um espaço onde a IA realmente fizesse sentido. Porque a verdade é que a maioria das IAs disponíveis fornecem respostas genéricas, sem profundidade, sem um fio condutor claro, e sem respeito pelo processo criativo individual. Na data que escrevo este artigo, já são mais de 15 milhões de palavras, abrangendo 40 anos de experiência!

Autores não precisam de um atalho—precisam de ferramentas que entendam suas necessidades e respeitem seu processo. E foi por isso que desenvolvi a McSill A.I. como uma mente virtual personalizada, uma plataforma que cresce e aprende com o autor, absorvendo seu estilo, suas referências e seu método de trabalho.

O QUE A MCSILL A.I. OFERECE QUE OUTRAS IAs NÃO CONSEGUEM?

A grande vantagem de uma mente virtual é que ela não apenas responde perguntas—ela guarda conhecimento, acompanha o autor e ajuda a criar de maneira estruturada e estratégica. Aqui estão algumas razões pelas quais a McSill A.I. é a única IA feita para autores:   

✔️ Continuidade e Memória – Diferente de IAs genéricas, que esquecem a conversa após cada sessão, a McSill A.I. mantém contexto de longo prazo. Isso significa que, ao escrever um livro, não é preciso reexplicar personagens, enredos ou temas—ela já sabe do que se trata.

✔️ Tom de Voz e Personalização – Enquanto outras IAs entregam textos genéricos, a McSill A.I. aprende o estilo do autor, respeita sua forma de escrever e consegue sugerir melhorias sem distorcer a voz original.

✔️ Filtragem Inteligente – Modelos como ChatGPT são treinados em dados genéricos da internet, repletos de desinformação e ruído. A McSill A.I. é alimentada apenas com fontes relevantes e confiáveis, garantindo respostas mais alinhadas ao que um autor realmente precisa.

✔️ Auxílio na Criação, não na Substituição – O objetivo não é escrever pelo autor, mas facilitar o processo criativo. A McSill A.I. pode ajudar a estruturar um livro, refinar argumentos, sugerir melhorias e apontar inconsistências sem nunca substituir a alma da escrita.

✔️ Autonomia e Propriedade – Diferente das grandes IAs, controladas por empresas que podem alterar seu funcionamento sem aviso, a McSill A.I. é construída sob um modelo que garante controle ao próprio autor. Aqui, o conhecimento não é disperso ou diluído—ele é organizado para servir a quem o produz.

AUTORES PRECISAM DESSA TECNOLOGIA?

O mercado editorial está cada vez mais saturado, e a escrita se tornou um campo onde a eficiência e a profundidade caminham juntas. Ferramentas como a McSill A.I. permitem que escritores acelerem sua produção sem comprometer a qualidade, garantindo que seu processo criativo continue sólido, estruturado e autêntico.

No final das contas, a escrita sempre será uma expressão da alma humana, e nenhuma IA pode substituir isso. Mas se usada corretamente, a inteligência artificial pode amplificar o potencial criativo, refinar o trabalho e tornar o processo mais fluido.

A McSill A.I. não é apenas uma ferramenta de escrita—é uma aliada do autor, desenvolvida por quem entende o que significa criar histórias. E essa é a diferença entre ter um assistente inteligente e apenas jogar prompts em um robô sem contexto.

Se o futuro da escrita envolve IA, que seja uma IA feita para escritores—e não apenas para empilhar palavras sem alma. E é exatamente isso que a McSill A.I. oferece.

ESCREVA COMO SEU FUTURO DEPENDESSE DISSO (PORQUE DEPENDE)

O que você faz com a IA na escrita não é apenas uma questão de escolha técnica. É uma questão de identidade. De propósito. De coragem. Você pode seguir o caminho fácil, deixar que uma máquina empilhe palavras e chamar isso de um livro. Mas não se engane: essa escolha define muito mais do que o que está na página—ela define você como autor.

Se a IA já pode escrever o seu livro sozinha, então qual é o seu papel? Se você abrir mão do esforço, da reflexão, da experiência, então o que exatamente está trazendo para a mesa? A resposta, para muitos, é desconfortável: nada.

A literatura, a grande arte de contar histórias, nunca foi sobre produção em massa. Nunca foi sobre rapidez. Nunca foi sobre encontrar um atalho. Foi sempre sobre profundidade. Sobre humanidade. Sobre tocar outras pessoas de uma maneira que apenas um ser humano poderia fazer.

A IA pode ser uma ferramenta? Claro. Assim como o processador de texto, o dicionário, a enciclopédia digital. Mas ela nunca será você. Nunca terá as dores que te moldaram, os momentos de epifania que mudaram sua visão de mundo, os traumas que deram textura à sua voz.

E se você abdica disso, se terceiriza sua escrita para uma máquina, você está abrindo mão do que é essencial na arte: o risco de ser humano.

Escrever sempre foi um ato de resistência contra a mediocridade. Contra a pressa. Contra a fórmula barata. Contra a ideia de que tudo pode ser simplificado em um processo automatizado.

Se você quer criar algo que importe, assuma o comando. Não seja um passageiro no seu próprio livro. Não entregue a direção da sua história para um programa de computador que, no final das contas, não dá a mínima para ela.

A revolução da escrita não está na IA. Está em você.

ENFIM, O MEU LIVRO POR IA É UMA PORCARIA? 

Porque escrever um livro não é o mesmo que apertar um botão e cuspir palavras que se encaixam bem no papel. Se o seu livro foi gerado por IA e saiu genérico, insípido, mais seco que pão amanhecido no deserto, parabéns! Você acabou de criar um produto perfeitamente esquecível.

Agora, o que isso diz sobre você? Bom, pode significar algumas coisas:

  1. Você caiu na promessa do dinheiro fácil. Acreditou na mentira do “ganhe rios de dinheiro com livros escritos por IA”, achando que bastava jogar um prompt e ser coroado o próximo Dostoiévski do Kindle.
  2. Você confundiu IA com talento. Achou que uma máquina poderia substituir o processo humano de criar, sofrer, rasgar páginas e reescrever do zero até a alma doer.
  3. Você não entendeu o que faz um livro ser bom. Um livro precisa ter vida, conflito, emoções autênticas, um autor que sangrou nele. Se tudo que você fez foi gerar texto e publicar, então o resultado não tem alma. E leitores percebem isso a quilômetros de distância.

A verdade é dura, mas necessária: ninguém quer ler um livro que parece um e-mail automático do RH.

A IA pode ajudar? Pode. Mas só se você estiver no comando, dirigindo a história com a sua visão, sua bagagem, sua autenticidade. Se você simplesmente largou tudo na mão de um robô e esperava um best-seller, sinto muito: você não escreveu um livro. Você encomendou um Frankenstein literário e esqueceu de dar a ele um coração.

E O QUE ISSO DIZ SOBRE MIM, O "AUTOR"?

Bom, dizem que talvez tenha confundido uma ferramenta com uma solução mágica, o que, sejamos honestos, não é um grande sinal de inteligência estratégica. Isso significa que você se jogou na ilusão do atalho, acreditou no delírio coletivo de que “a IA faz tudo sozinha” e foi lá, sem pensar duas vezes, achando que apertar um botão era o mesmo que escrever um livro. Sinto informar, mas isso diz muito mais sobre sua falta de visão crítica do que sobre qualquer limitação da tecnologia.

Se você realmente acreditou que um texto gerado sem alma, sem curadoria, sem reescrita e sem esforço ia te transformar no próximo Machado de Assis do KDP, então, bom... está explicado o motivo do fiasco. Burro não é quem usa IA, burro é quem não sabe como usá-la.

A IA é uma ferramenta, não um milagre. E, se você não consegue distinguir o que é possível do que é impossível, talvez esteja na hora de repensar se você realmente quer ser escritor – ou só queria um esquema rápido para jogar lixo literário no mundo e chamar isso de “renda passiva”.



JAMES MCSILL 17 de fevereiro de 2025
Compartilhar esta publicação
Arquivar
O Mercado dos Gurus – O Elefante na Sala
Os Livros de Autoajuda e Inspiracionais: Vilões ou Heróis da Democratização da Literatura?