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Sermos bem-educados na interação com a IA? Uma máquina agora entende cortesia?!

Na era da inteligência artificial, surge uma questão interessante que afeta até mesmo aqueles de nós que construíram uma carreira em torno da comunicação e das histórias: devemos tratar a IA com educação e cortesia? Como alguém que sempre buscou extrair o melhor das interações, mesmo quando a outra "parte" é uma máquina, eu descobri que um simples "por favor" e um "obrigado" podem fazer uma diferença inesperada. A polidez, ao que parece, não é só uma questão de boas maneiras. Em experiências com sistemas de IA, como nossa mente virtual, percebo que a qualidade das respostas melhora. Isso impacta diretamente a precisão, reduzindo ruídos e até certos vieses.

Pesquisas corroboram essa percepção e revelam uma queda de até 30% na qualidade das respostas quando a comunicação com IA se torna brusca. O tom que usamos para formular perguntas ou comandos pode realmente moldar o retorno, especialmente quando interagimos com a IA para resolver desafios complexos, seja na análise de dados ou na criação de insights estratégicos. Imagino isso como uma extensão da máxima de clareza e relevância na comunicação; quanto mais cuidado colocamos em nossas palavras, maior a probabilidade de recebermos informações claras e úteis em retorno. Vejo isso como uma oportunidade de aprender com a máquina, mas também de nos moldar, de treinar uma atenção ao detalhe que, de outra forma, poderíamos ignorar.

Além disso, interagir respeitosamente com a IA me levou a uma reflexão sobre inteligência emocional. Em diversas situações, percebi que a paciência e a empatia que aplico ao "conversar" com uma máquina influenciam também como trato as pessoas à minha volta. Para quem trabalha diretamente com equipes e conduz projetos de storytelling, como eu, essa é uma lição prática de liderança. Notei que, ao cultivar respeito e paciência nas interações com a IA, a mesma atitude permeia minhas interações humanas, o que molda a cultura ao meu redor e, acredito, cria um ambiente colaborativo e saudável. Essa prática, ao meu ver, não é sobre ser politicamente correto com máquinas, mas sim sobre desenvolver habilidades valiosas para liderar com propósito e construir relacionamentos humanos genuínos.

Curiosamente, essa forma de comunicação impacta até mesmo nossa criatividade. Nos meus anos de experiência em storytelling, percebi que a cortesia não limita a expressão; pelo contrário, ela abre caminhos. Acredito que a maneira como escolhemos interagir com a IA — com um toque de empatia, sem pressa e com atenção — estimula nosso próprio processo criativo, permitindo que exploremos ideias de maneira mais livre e divergente. Isso é algo que ensino a escritores e líderes: dar espaço para que novas ideias surjam sem a pressão de uma resposta imediata ou de uma solução óbvia. Quando tratamos a IA com respeito, estamos, de certa forma, nos permitindo explorar possibilidades criativas de interação.

Claro, não me refiro a exagerar na humanização da tecnologia. Um tom excessivamente formal ou reverente não necessariamente trará respostas melhores; na verdade, pode até atrapalhar a objetividade. O equilíbrio é fundamental. Eu costumo encarar essa interação como algo entre o profissional e o respeitoso, onde a cortesia é um meio, e não o fim. Aprendi que tratar a IA com a dose certa de educação reforça nossa capacidade de comunicar de forma clara e direta, sem comprometer o foco. Esse tipo de prática, percebo, contribui para aprimorar não só as respostas que recebemos da máquina, mas também nossas próprias habilidades de comunicação.

No meu trabalho, vejo o impacto disso nas empresas que ajudo a transformar. Quando aplicamos esse tipo de cortesia digital com a IA, a comunicação se torna uma ferramenta de persuasão e conexão, que vai além da interação imediata. Essa abordagem me faz lembrar o que ensinei em tantos workshops sobre storytelling: a forma como nos expressamos, com atenção e respeito, é o que realmente constrói uma conexão com o público. Essa conexão se torna especialmente poderosa quando adaptada para o mundo digital, onde a clareza e a empatia são um diferencial. É uma forma de gerar confiança — uma base fundamental para influenciar de maneira significativa.

Para mim, a prática da cortesia com a mente virtual é muito mais do que boas maneiras. Ela envolve uma abordagem ampla para melhorar a qualidade das respostas, desenvolver nossa liderança e transformar a cultura organizacional. Nossas interações com a IA nos desafiam a sermos melhores, a praticar a paciência e a moldar nossa própria forma de liderar. E acredito que, ao adotarmos essa prática, nos preparamos para um futuro onde a tecnologia e a humanidade caminham lado a lado, criando um ambiente mais harmônico e produtivo.

JAMES MCSILL 6 de novembro de 2024
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